20 de fevereiro de 2014

E ele partiu…


E ele partiu…

Não havia mais nada a fazer, a vida tinha-lhe pregado uma grande partida: tinha de emigrar. Já não tinha casa, não tinha empresa, já não tinha nada…
Gostava de viver no seu país, gostava de poder continuar a trabalhar cá, mas a vida expulsou-o – obrigou-o a abandonar tudo e a partir. E ele partiu!
Partiu já com saudades: do seu país; dos amigos; do mar que avistava da varanda de casa; do sol e do clima ameno.
Gostava de viver no país que o acolheu, naquele que lhe estendeu a mão. Esperava vencer, profissionalmente, lá. Recomeçar do zero era difícil, mas nada era impossível e ele tinha a coragem necessária; tinha garra e vontade de vencer.
Estava revoltado contra o país que o obrigou a partir, mas continuava com saudades dele. Queria continuar ligado à sua terra; queria viajar, conhecer pessoas novas; queria cortar com o passado e viver um grande amor – queria ser feliz!
Depois de muito esforço e de muita luta, a vida profissional estava a correr bem, mas a vida afetiva, essa, nem por isso: era um romântico sonhador...
Viajou, conheceu pessoas novas, criou laços e amizades – mas não conseguiu cortar com o passado.

Dina Rodrigues
16/02/2014